sexta-feira, 9 de outubro de 2009

"era meu desejo conhecer o sentido e a essência do eu, para desprender-me dele e para superá-lo. Porém não pude superá-lo. Apenas logrei iludi-lo. Consegui, sim, fugir dele e furtar-me às suas vistas. Realmente, nada neste mundo preocupou-me tanto quanto esse eu, esse mistério de estar vivo, de seer um individuo, de achar-me separado e isolado de todos os demais, de ser Sidarta! E de coisa alguma eu sei menos do que sei quanto a mim, Sidarta!"
"O fato de eu não saber nada a meu próprio respeito, o fato de Sidarta ter permanecido para mim um ser estranh, desconhecido, tem sua explicação numa única causa: tive medo de mim; fugi de mim mesmo! Procurei o Átman, procurei o Brama, sempre disposto a fraturar e a pelar o meu eu. a fim de encontrar no seu âmago ignoto o núcleo de todas as cascas, o Átman, a vida, o elemento divino, o Último. Mas, enquanto fazia isso, perdi-me de mim mesmo."



[Sidarta - Hermann Hesse. pág.54(capitulo: O despertar)]

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